Estes poemas foram dedicados à Andreia Marques
que morreu
quando ainda parecia uma menina.
Minha querida amiga,
tão leve e
delicada,
tão graciosa
e tão gentil
e em cuja
companhia,
e com tão
fino humor,
me divertia
tanto,
quero
agradecer-te
por te teres
despedido de mim
e por me
teres chamado
um dia antes
de morreres.
Obrigada
por te ter visto tão tranquila,
estendida no
teu sofá,
diante do
jardim
habitado por
árvores
e por
passarinhos.
E lembro-me
que tu disseste:
«Não
acredito em nada,
mas já estou
tranquila.
Os
passarinhos
também vêm
e depois partem
e estão
tranquilos.»
E lembro-me
que te pedi:
«Posso
abraçar-te?»
Obrigada
hoje
por esse
abraço.
Pois ainda
quero
acreditar
que mesmo
tendo tu
partido tão
cedo desta terra,
ainda assim,
talvez um
dia,
voltemos a
encontrar-nos,
noutra
esfera.