Erguia-se mesmo em frente
do terraço principal,
debaixo desses canteiros
onde florescem as hortênsias,
uma fonte muito branca
toda feita de calcário,
colocada com graça
entre a gravilha da estrada,
diante da escada.
Esta fonte era composta
por duas taças sobrepostas:
a primeira, maior e mais larga,
assentava no chão
e era, no seu interior,
muito clara e cintilante,
ondulada como uma concha,
cheia de água transparente,
enquanto a segunda, mais pequena,
repousava, como uma pétala,
no topo de uma delicada coluna,
fazendo cair em cascata,
suave e musicalmente,
nova água sobre a primeira.
Brilhavam no fundo da água
pequenas moedinhas douradas,
por causa dessa história infantil,
mas sábia, que ensina
que existe mais esperança
na alegria de um breve desejo
precisamente nesse momento
em que se abre mão dele.